LEIS UNIVERSAIS
Parte 3

De uma maneira geral, podemos definir lei como sendo uma diretriz de conduta que, se não for cumprida, acarreta penalidades ao faltoso. Essas penalidades devem ser proporcionais ao alcance do prejuízo causado pela falta e, de tal forma, que para o indivíduo submetido a uma lei seja muito mais sensato obedecê-la do que descumpri-la.

À primeira vista essa definição pode ser considerada válida para os dois tipos de leis a que uma pessoa está submetida: as leis terrenas, instituídas pela vontade humana, e as leis da Criação, ou leis universais, instituídas pela Vontade do Criador. As aparentes semelhanças entre ambas, porém, terminam aqui.

As leis humanas regem a vida em sociedade de uma pessoa enquanto ela está aqui na Terra. As leis universais condicionam a própria existência do ser humano, esteja ele ainda aqui na Terra ou em qualquer outro plano da Criação.

As leis humanas são intrinsecamente imperfeitas, e por essa razão mutáveis, tanto no tempo como no espaço. Uma lei promulgada há um mês pode já não estar em vigor hoje, e a legislação de um país não se aplica a outro. Já as leis da Criação são absolutamente perfeitas, e por isso nunca podem estar sujeitas a qualquer alteração. Jamais poderão ser ampliadas, reduzidas ou revogadas. Muito menos aperfeiçoadas. Existem desde o início dos tempos e permanecerão eternamente as mesmas. Imutáveis, intangíveis e incorruptíveis.

É impossível para qualquer pessoa estar ciente de todas as leis humanas a que está submetida durante a sua passagem de alguns anos pela Terra, tal o seu número e complexidade. As leis que regem a Criação, ao contrário, são poucas e simples. São a própria simplicidade. Podem ser compreendidas perfeitamente por qualquer um, independentemente do seu grau de instrução. Nem poderia ser diferente, já que a elas estão submetidas todas as criaturas, e assim também o próprio espírito humano, pouco importando se na Terra ele é analfabeto ou phD.

As leis humanas são falhas por natureza, pois são produtos exclusivos do intelecto limitado. Estão repletas de brechas que permitem descumpri-las, sem acarretar ao infrator nenhuma sanção. Estão sujeitas a injunções políticas, interpretações dúbias e contribuem para a especialização crescente de consultores, que ensinam a burlá-las legalmente. Já com relação às leis universais, nunca existiu, nem jamais existirá um único caso em que uma criatura tenha descumprido alguma delas sem ter ficado imediatamente sujeita às consequências deste descumprimento.

Por serem poucas, extremamente simples, absolutamente lógicas e tão incisivas para a existência do ser humano, não há nenhuma desculpa para o seu descumprimento sob a alegação de ignorância. O não cumprimento dessas leis por desconhecimento é até uma circunstância agravante, já que isto demonstra que o infrator – poderíamos dizer também pecador – não se interessou por elas e nem fez o menor esforço em assimilá-las e cumpri-las. O “não esforçar-se” equivale a “não movimentar-se”, o que já se constitui numa desobediência consciente à lei do movimento.

Cumprir as leis da Criação equivale a ajustar-se à Vontade do Criador, que as instituiu. E esta Vontade estabelece que em seus caminhos de desenvolvimento, na Terra e em outras partes da Criação, o ser humano deverá encontrar tão-somente alegria, felicidade e paz bem-aventurada. Descumprir essas leis significa agir contra a Vontade do Criador, o que faz o ser humano angariar então para si exatamente aquilo de que elas procuram preservá-lo: dor, sofrimento, angústia e toda a sorte de desgraças.

Quanto mais elevado espiritualmente for um ser humano, quanto mais sábio ele se tornar, tanto mais incondicionalmente ele se submeterá a essas leis universais, já que assim lhe fica assegurada de antemão a felicidade. É esta a maior sabedoria que um ser humano pode almejar. É a suprema arte de viver.

Roberto C. P. Junior