Parte 2 – A Efetivação

As Mazelas Humanas

Abalos Anímicos

O extraordinário aumento das catástrofes naturais, as alterações climáticas, as desordens políticas, econômicas e sociais em todo o globo, devem servir de auxílio para as pessoas, exortando-as para saírem do torpor espiritual em que se encontram. Não só os diretamente atingidos, mas também os que ainda não foram atingidos deveriam questionar-se do porquê destas coisas estarem acontecendo com tal velocidade e magnitude, superpondo-se continuamente.

Todos esses acontecimentos são efeitos exteriores do Juízo Final, que auxiliam, caso sejam aproveitados para o despertar espiritual. O Juízo atinge, porém, a criatura humana como um todo. Tanto terrenal como espiritualmente. As pessoas ainda conseguem, sim, devido ao medo ou a um tenaz embotamento, fechar-se a todos esses acontecimentos extraordinários que ocorrem à sua volta, taxando-os de “fatos corriqueiros”. Mas elas não podem sufocar os efeitos do Juízo em seu próprio íntimo.

As irradiações julgadoras do Juízo Final atingem hoje indistintamente todos os seres humanos. Todos. O aumento vertiginoso de males psiquiátricos, dos mais simples aos mais graves testemunham esse fato. Angústia, ansiedade, depressão, pânico, são apenas alguns dos mais comentados e noticiados. Termos até há pouco ininteligíveis como “psicose maníaco-depressiva”, “distúrbio obsessivo-compulsivo”, “esquizofrenia”, “fobia”, aparecem agora frequentemente em jornais, revistas de informação e programas de televisão.

Especialistas procuram sempre, como não poderia deixar de ser, causas exclusivamente físicas para todos esses problemas. Constatam mau funcionamento de neurônios, excesso ou falta de determinadas substâncias no sangue, etc. Acreditam com isso terem descoberto as causas dos problemas e prescrevem medicamentos para restaurar a saúde de seus pacientes. No entanto, esses sintomas não são a causa, mas efeitos corpóreos de males da alma.

Apesar de a palavra “psiquiatra” significar “médico da alma”, é certo que grande parte deles não atribuem a causas anímicas os distúrbios de comportamento com que se deparam diariamente em seus consultórios. Por isso, designam esses males genericamente como distúrbios mentais, procurando tratá-los exclusivamente com medicamentos e terapias. Se o psiquiatra pouco pode ajudar, o psicanalista menos ainda.

A psicanálise advoga que é um direito fundamental do ser humano “desfrutar todos os gozos que constituem a vida”. É a repetição na era moderna de um dos pilares da doutrina de Baal, (1) servo de Lúcifer, que há milênios já preconizava ser a usufruição de prazeres terrenos a principal meta a ser atingida pela humanidade.

Além disso, durante as sessões de análise o paciente se desnuda interiormente. De forma totalmente leviana e inconsequente ele põe à mostra seus mais íntimos anseios e segredos, acabando por se tornar completamente dependente das opiniões de uma outra pessoa, exatamente o inverso do que as vivências na Terra devem proporcionar. Quem se sujeita a terapias de psicanálise mostra não ter mais nenhum pudor anímico, que, juntamente com a falta de pudor corporal, são sinais infalíveis de espíritos adormecidos.

Os medicamentos utilizados nas terapias podem trazer algum alívio físico, mas não curam as doenças, que são anímicas. Como as irradiações do Juízo Final fazem reviver tudo quanto está latente na alma humana, sejam coisas boas ou más, a quase totalidade da humanidade sente hoje alguma espécie de transtorno íntimo, que pode variar de uma inquietação indefinida a um ataque de pânico, passando por dezenas de outros “distúrbios psiquiátricos”. São estes os abalos anímicos, efeitos da orientação de vida errada, contrária às Leis da Criação, que a respectiva pessoa preferiu seguir geralmente durante várias vidas terrenas.

Os abalos anímicos constituem a última e mais grave advertência à criatura humana, para que reoriente imediatamente a sua maneira de viver e assim consiga, ainda em tempo, salvar-se no Juízo. Mas tem de fazer isso já, não há mais tempo para reflexões e ponderações. A gravidade e intensidade dos transtornos anímicos que sente, e os que vê em seu próximo, são a prova mais clara da premência absoluta de mudar a sua maneira de ser! Os últimos grãos de areia da ampulheta do tempo do Juízo já estão se escoando.

Numa análise superficial, a humanidade parece estar sendo soterrada por uma avalanche de distúrbios mentais. Atualmente já foram catalogados e estudados 306 diferentes sinais ou sintomas característicos das assim chamadas doenças psiquiátricas. Pelo menos 52 sintomas ou síndromes requerem tratamento médico de emergência.

Numa pesquisa que durou seis anos, onde foram entrevistados 25 mil pacientes, a Organização Mundial de Saúde chegou à conclusão de que aproximadamente um quarto das pessoas pesquisadas apresentava distúrbios mentais: 18% ansiosas e deprimidas e 6% neurastênicas. A OMS estima que haja no mundo hoje pelo menos 500 milhões de pessoas afetadas por algum distúrbio mental. E segundo a Organização Pan-americana de Saúde, a incidência de problemas psiquiátricos no continente americano está entre 19% e 34% da população.

Nos Estados Unidos, 30% dos leitos hospitalares são ocupados por pacientes esquizofrênicos. Segundo o Instituto Nacional de Saúde Mental daquele país, estudos demonstram que a paranóia tem ocorrido com maior frequência no século XX…

No Brasil, uma pesquisa feita no Rio de Janeiro mostrou que 35,5% dos habitantes da cidade apresentavam indícios de problemas mentais; em todo o país, 25% da população apresenta algum tipo de transtorno mental que demandaria atenção médica ou psiquiátrica. Os transtornos psiquiátricos já são a quinta prioridade na área de saúde do país. No Estado de São Paulo, as doenças mentais são a segunda causa de internações nos hospitais, atrás apenas das internações de parto.

A revista Veja fez uma entrevista, em junho de 1995, com o diretor da Divisão Geral de Saúde Mental da OMS sobre esse assunto. Uma das perguntas foi a seguinte: “Como explicar esses números: o mundo piorou ou as pessoas ficaram mais frágeis psicologicamente?” Resposta: “Vivemos numa época de mudanças extremamente rápidas, que acabam gerando ansiedade e tensão em níveis nunca vistos antes na história da humanidade. (…) Surgiram guerras e tensões inesperadas, que geram altos níveis de perturbação mental. Além disso, este final de século tem focos de violência muito intensos e persistentes.”

Observa-se, pela resposta do diretor da OMS, que esta Organização percebe e reconhece que a nossa época é “diferente”, dada a rapidez com que ocorrem as mudanças. Essa constatação é muito importante, pois é o primeiro passo para um esforço no sentido de compreender a razão de estarem ocorrendo tais mudanças.

Por outro lado, a OMS atribui “os altos níveis de perturbação mental ao aparecimento de conflitos e tensões inesperadas.” Apesar de o crescimento da violência no mundo contribuir logicamente para o surgimento de ansiedade e tristeza, pelo menos nas pessoas que ainda não estão completamente alheias ao sofrimento do próximo, o aumento das perturbações mentais é, como já foi dito, o vir à tona de males aderidos à alma e, por isso, cada qual é propriamente o único responsável pelo desencadeamento desses transtornos íntimos.

O abalo anímico mais conhecido e comentado hoje no mundo é, de longe, a depressão. Inúmeros livros foram escritos sobre o assunto, tendo sido classificados até 15 tipos diferentes de depressão, conforme a manifestação. Estima-se que a depressão atinja hoje um indivíduo em cada quatro no mundo, ou seja, em praticamente todas as famílias há um caso de depressão. Segundo o Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, entre 6% e 7% da população do país (mais de 17 milhões de pessoas) é acometida de depressão todos os anos; acredita-se que cerca de 24 mil acabam se suicidando, antes mesmo que a doença tenha sido diagnosticada.

A depressão é a primeira causa de suicídio em todo o mundo: 80% das pessoas que cometeram suicídio eram deprimidas. Estima-se que 15% das pessoas que sofrem ataques repetidos de depressão acabam se matando.

Depois de estudos que consumiram nove anos, um grupo de renomados psicólogos e pedagogos dos Estados Unidos publicou um relatório em que se chegou à seguinte conclusão: “Um em cada três adolescentes norte-americanos entre 10 e 14 anos, independentemente de classe social ou raça, já contemplou a possibilidade de suicídio.” De acordo ainda com o estudo, a tendência à depressão tem aumentado, gerando um comportamento autodestrutivo. Essa é a razão, segundo os pesquisadores, de a taxa de suicídio entre adolescentes ter-se elevado em 120% de 1982 a 1992, ou 233% se considerado apenas o grupo de meninas.

O suicídio já é a terceira causa de morte de adolescentes no mundo! O problema é tão grave que em novembro de 1996, pela primeira vez em sua história, a OMS colocou o programa de saúde mental na sua lista de prioridades.

Entre os jovens, o número de casos de depressão aumenta de forma alarmante. A esse respeito, diz um diretor da Sociedade de Pediatria de São Paulo: “Os pais trazem os filhos para tratar doenças e mencionam sintomas depressivos. Isso tem acontecido diariamente, o que não ocorria há uma década”.

A descrição típica de uma pessoa com depressão incluirá as seguinte características: tristeza, desespero, apatia profunda, baixa auto-estima, pensamentos negativos, sentimentos de culpa, idéias de suicídio… Alguns depoimentos de pacientes com depressão e de seus médicos dizem mais do que pode parecer à primeira vista:

A sensação de medo, de culpa, de tempo se esgotando, ou até mesmo a certeza de se estar afundando na infinita destruição não são delírios da mente. São sentimentos reais. São sentimentos intuitivos provenientes do espírito, que pressente sim, que sabe estar caminhando para o aniquilamento, e que por isso clama por socorro. O desespero é apenas aparentemente infundado, porque sua causa não é reconhecível na vida aqui na Terra. Ele diz respeito aquilo que de mais terrível pode atingir o espírito humano: a extinção da sua autoconsciência, a decomposição, a morte espiritual, a condenação… E é contra isso, contra esse fim terrível no Juízo Final que a alma humana luta; daí os sentimentos de medo e de desespero.

A respeito desse indescritível sentimento de medo, diz Roselis von Sass em sua obra O Livro do Juízo Final:

“Existe um sinal infalível de advertência, ou melhor dito, de alarme, que cada um deve mais cedo ou mais tarde sentir, queira ou não queira. Eeste é o medo. Esse medo não pode ser afastado com um sorriso, nem ser desmentido, pois ele é um sinal da época, um sinal do Juízo! (…)

De onde vem agora esse medo que deixa estremecer os corações humanos, e que, como um fantasma de mil cabeças, gira em volta do globo terrestre?

O medo provém dos próprios espíritos humanos. Ele é a voz acusadora da consciência, na qual se expressa a grande culpa contra Deus. Eele é também um som das trombetas do Juízo, que procura acordar os seres humanos, anunciando-lhes a sentença de Deus!”

O som das trombetas do Juízo! As pessoas precisam acordar agora, elas têm de se movimentar espiritualmente para cima, têm de se esforçar em viver de acordo com a Verdade, se quiserem subsistir no Juízo!

Ano a ano cresce o número de livros sobre depressão, auto-ajuda e assuntos correlatos. É um mercado muito promissor, pois a demanda por esses livros é cada vez maior. Mas, infelizmente, essas obras são de pouca valia, pois em meio a um ou outro conceito verdadeiro, há uma montanha de concepções distorcidas, erros, conselhos inúteis e até mesmo prejudiciais.

A própria crença numa vida no além é vista com desconfiança por muitos psicólogos e psiquiatras. “Médicos da alma” que não crêem numa vida após a morte… Mais irônico, impossível. Sigmund Freud, o pai da psicanálise, afirmava que a posse de crenças religiosas era a evidência de uma neurose…

Uma determinada psicóloga, que em suas terapias procurava dar importância às crenças íntimas de seus pacientes, conta que era vista com estranheza por seus colegas, por ter deixado de ser uma pessoa racional. Diz ela que a maior parte dos psicólogos e psiquiatras que conheceu achavam que as pessoas que tinham alguma crença de fundo religioso eram ingênuas ou tolas e, no pior dos casos, neuróticas ou psicóticas.

Os autores de livros sobre os benefícios do pensamento positivo, descobriram, sim, alguns efeitos exteriores da prática de se manter bons pensamentos. No entanto, com base nisso procuram ensinar “técnicas de pensar positivamente”, e assim limitam os resultados e diminuem a importância de conservar pensamentos puros, pois tudo quanto é forçado artificialmente não pode trazer proveitos duradouros.

Manter sempre bons pensamentos é a primeira e mais importante tarefa do ser humano que quer voltar a viver de modo certo, como uma peça útil dentro da engrenagem da Criação, contudo não se pode conseguir isso forçando esses bons pensamentos. Ao contrário. A maneira certa, aliás a única, de conservar pensamentos puros, é mudando integralmente a sintonização interior. A pessoa que naturalmente se esforça em querer apenas o bem em todas as coisas, terá, automaticamente, bons pensamentos. Simplesmente não consegue ter pensamentos negativos. Poder-se-ia dizer também que tal pessoa acha-se protegida de maus pensamentos. Está tão purificada interiormente que, como decorrência disso, seus pensamentos serão sempre puros. E como a Lei da Reciprocidade atua em tudo, a pessoa que tem continuamente bons pensamentos, sem precisar fazer um esforço especial para isso, recebe também os frutos dessa boa semeadura: paz, serenidade e felicidade. Os pequenos benefícios exteriores, provenientes de bons pensamentos forçados, não são nada em comparação a isso.

Apesar da importância já constatada de se ter bons pensamentos, muitos psicólogos e psiquiatras costumam minimizar os efeitos dos pensamentos negativos de seus pacientes. Procuram fazê-los acreditar que não devem se sentir culpados por pensamentos de ódio, de inveja, de cobiça e de prejudicar outrem de alguma forma, já que nenhum desses pensamentos se transformou numa ação terrenamente visível…

Enganam-se todavia os médicos que agem dessa forma, e ainda se sobrecarregam com uma grave culpa ao tentar impingir este falso conceito aos seus pacientes. A ignorância que manifestam assim em relação às Leis da Criação não serve como desculpa, antes é uma circunstância agravante de seu procedimento. A Lei da Reciprocidade simplesmente faz retornar à pessoa aquilo que ela mesma gerou, sejam coisas boas ou más. Maus pensamentos, portanto, não podem trazer outra coisa de volta senão efeitos de igual espécie, como tristeza, angústia, aflição e desespero.

Um outro psicólogo, autor de um livro sobre depressão, acha que as pessoas “são intrinsecamente más”, e por isso não devem se culpar ou serem culpadas por ações más.

Infelizmente, muita gente acredita em sandices desse tipo, pois é agradável imaginar estar isento da responsabilidade sobre os próprios atos. Tantas pessoas certamente se sentiriam confortadas com essas palavras do tal psicólogo:

“O homem não é perfeito, portanto não pode agir com perfeição. Isso significa que ele vai matar, roubar, enganar, magoar, ser egoísta, etc. (…)

Não devemos nos culpar por nada, pois Deus nos criou imperfeitos. Ele sabia que estava nos criando assim e não nos culpa pelas coisas estúpidas que fazemos, seres imperfeitos que somos.”

O ser humano é, de fato, imperfeito. Por isso ainda está aqui na Terra, aprendendo na grande escola da vida. No entanto, ao longo de três milhões de anos nunca lhe faltaram professores amorosos e dedicados, que sempre lhe indicaram como devia pensar, falar e agir, para poder colher aquilo que desde o início esteva reservado a ele em sua peregrinação pela Criação: alegria, paz e felicidade. O fato de a história da humanidade não ter seguido este curso, foi, única e exclusivamente, culpa da própria humanidade, que preferiu seguir outros caminhos, contrários às Leis instituídas por Deus na Criação.

A terapia defendida pelo citado psicólogo inclui, ainda as seguintes estultices:

“É fundamental dizer a si mesmos idéias apropriadas, mesmo que não acredite nelas. (…)

Não existem pessoas más, apenas más ações; ninguém pode nos magoar emocionalmente, só fisicamente. (…)

Estar vivo significa estar frustrado, desiludido. (…)

Concordo que o mundo está podre, mas o melhor que temos a fazer é nos acostumar ao mau cheiro.”

Agora, a verdade: Não há nenhum valor em assimilar qualquer “idéia apropriada” se não há convicção íntima sobre a veracidade dela. Existem, sim, pessoas más, e não apenas más ações. Todos os que cometem um erro precisam remi-lo, pois isto é um efeito da Justiça divina que se efetua através da Lei da Reciprocidade. Frustração e desilusão são resultados de uma maneira errada de viver, e não decorrências naturais de se estar vivo. Achar que o melhor a fazer neste mundo podre é se acostumar com o mau cheiro é uma atitude egoísta e leviana. Cada qual tem a possibilidade e até o dever de melhorar o mundo em que vive; os bons pensamentos, oriundos da vontade de fazer o bem, são o primeiro e mais importante passo nesse sentido.

Um outro livro sobre depressão apresenta, segundo o autor, uma visão holística sobre a depressão. Há idéias corretas entremeadas a muitas falsas. O perigo desse tipo de livro é que o leitor pode sentir intuitivamente uma ou mais passagens como verdadeiras, e com isso acabar aceitando como corretas todas as outras idéias defendidas pelo autor, sem examiná-las, rigorosamente, com a sua intuição. A seguir, algumas concepções verdadeiras e portanto realmente úteis extraídas desta obra:

“A depressão causa pensamentos negativos, que geram mais depressão e mais pensamentos negativos, e assim por diante. (…)

Suas vibrações negativas voltarão para você e farão sua vida mais infeliz do que nunca. (…)

O que quer que você emita, retornará; você colhe exatamente o que semeou. (…)

O carma multiplica o efeito ‘bumerangue’, de modo que o que você recebe de volta é maior do que aquilo que você enviou. Verá que os maus pensamentos e atos lhe trarão mais sofrimento do que aquele infligido à sua vítima. (…)

Seus ganhos nunca devem resultar em prejuízo dos outros. Prejudicar alguém com o objetivo de ganho pessoal cria um carma muito ruim! (…)

Os pensamentos são muito poderosos, de modo que não deseje azar para você mesmo. (…)

A responsabilidade cármica deve ser aceita para qualquer ação tomada por uma pessoa que alterará a vida de outra. (…)

O segredo da felicidade está em seu interior, não no mundo exterior.”

Agora algumas das várias concepções e idéias errôneas defendidas pelo mesmo autor:

Isso não é verdadeiro. Ninguém recebe “provações” para se aperfeiçoar e muito menos através de uma categoria especial de seres encarregados disso. As coisas desagradáveis que nos atingem podem e devem, sim, servir para um aperfeiçoamento espiritual, mas são sempre efeitos originados pela própria pessoa.

Jesus, com a sua Palavra, trouxe a Verdade para a humanidade, e esta pode ser compreendida por qualquer pessoa, independentemente de seu grau de inteligência, nível cultural e condição econômica. Basta que ela queira realmente. É até mais difícil para os eruditos assimilarem a Verdade, já que ela é simples e clara, enquanto que as pessoas intelectualizadas julgam que algo de valor precisa necessariamente ser complicado e obscuro. Não foi sem razão que Cristo escolheu pessoas simples, desprovidas de arrogância intelectual, para serem seus discípulos. E também não foi coincidência que justamente as pessoas mais cultas daquela época, os fariseus e os escribas, não reconheceram Jesus como o Filho de Deus, apesar de se julgarem os mais capacitados entre o povo para receber o Messias.

Na época de hoje tampouco a erudição pode auxiliar na compreensão da Verdade. Nenhum curso de teologia pode habilitar quem quer que seja a reconhecer a Verdade, que veio agora mais uma vez para a Terra. Esse reconhecimento depende do estado interior da pessoa, dos seus verdadeiros valores de alma. Jesus também nunca pretendeu ensinar nada “esotérico”, pelo simples fato de que na Criação não existe nada de misterioso ou de oculto. O obscurantismo foi criado pelo próprio ser humano, que com o tempo perdeu a visão clara da Criação e o saber de suas Leis.

É difícil tecer um comentário sobre a acepção acima, tão absurda ela é. O ser humano não é absolutamente nada do que imagina ser. Em comparação com a grandiosidade da Criação é menos do que um grão de pó. Não pode sequer imaginar a imensidão dos mundos que existem acima do Paraíso, o ponto mais alto a que pode chegar um espírito humano. E todos esses mundos, que para ele permanecerão sempre insondáveis, já que estão acima de seu próprio ponto de origem, pertencem também à Criação, a obra de Deus, o Criador. Ele próprio está muito acima de Sua obra, e é impossível tentar fazer algum paralelo entre a atuação Dele com algo que se desenvolveu dentro da Criação, ainda mais quando este algo, o ser humano, mesmo em seu desenvolvimento máximo, encontra-se inimaginavelmente distante da Origem de toda a vida. A ilusão desmedida de querer “se sentir como Deus”, é apenas fruto da ignorância sobre o verdadeiro papel do ser humano na Criação, bem como da falta de percepção da distância inconcebível que existe entre o Criador e a Sua obra. O ser humano não traz em seu interior nem uma mínima partícula da divindade.

Reencarnação existe e faz parte do processo de desenvolvimento do espírito humano. Só continuará “existindo para todo o sempre” aquele que passar pelo Juízo. Qualquer informação em contrário é uma tentativa de eximir as pessoas da sua própria responsabilidade incondicional. Ao ser humano foi dado um longo período para o desenvolvimento, e esse prazo acabou. Cada qual tem agora de prestar contas de como utilizou o tempo a ele concedido; tem de mostrar que aprendeu a viver em conformidade com os preceitos vigentes na Criação. Só assim terá permissão de “continuar existindo para sempre”, pois terá sido realmente um servo útil na vinha do Senhor.

Para uma pessoa adulta, a fantasia é sempre nociva. Quem se deixa levar pela fantasia vive num mundo falso, perde contato com a realidade e dessa forma deixa, voluntariamente, de progredir espiritualmente. É uma ilusão achar que se pode controlar a fantasia, ou que em até certo grau ela é útil. A fantasia nada mais é que um entorpecente mental; de início parece proporcionar tranquilidade e bem-estar, mas depois atua como um veneno poderoso para o qual não existe antídoto.

Aprender coisas não é o propósito essencial da vida, e sim aprender a viver. Apesar de para cada pessoa ser necessário e útil um respectivo grau de instrução, nada do que aprendemos através de estudos segue conosco depois da morte. Tudo o que foi aprendido através do intelecto fica para trás, junto com o cérebro terreno. Só levamos para o além aquilo que foi efetivamente vivenciado, isto é, o que foi capaz de deixar marcas indeléveis em nossas almas, sejam coisas agradáveis ou não. Esse é o extrato e o lucro de cada existência terrena, aquilo que efetivamente contribui para o aperfeiçoamento do espírito e sua ascensão.

Depressão é um problema interno, anímico. Ela só é agravada por fatores externos se a respectiva pessoa se permite ter maus pensamentos. De nada adianta fugir de notícias desagradáveis, pois outra coisa não se lerá nos jornais nem se verá na televisão nos próximos anos. Elas podem até ser úteis, se forem capazes de chacoalhar um pouco as pessoas e de fazerem-nas pensar com mais seriedade no mundo em que vivem e, principalmente, se fizerem-nas questionar sobre a razão de tamanho caos.

É falsa a suposição de que todos os caminhos levam a Deus. Só a Verdade é o caminho para lá. Resquícios de Verdade existem em várias religiões, e por isso é tão importante que as pessoas analisem rigorosamente tudo o que se lhes apresenta como sendo religioso, e não aceitem cegamente algo que não podem compreender apenas porque “faz parte de sua religião”. Quem procurar com verdadeira humildade e disposição certa de espírito encontrará na Terra a Verdade integral.

É impossível alguém tomar a si a culpa de outrem, e assim sofrer em seu lugar. As Leis inflexíveis que regem a Criação, que trazem em si a Justiça divina, não permitem tal arbitrariedade. Cada um é responsável por seus atos perante essas Leis, tendo de arcar pessoalmente com as consequências desses atos. A coroação desse modo errado de pensar foi a suposição de que Jesus, com a sua morte na cruz, livrou a humanidade de seus pecados. Isso não passa de tola ilusão, de presunção desmedida, uma cilada preparada cuidadosamente já há bastante tempo para acomodar confortavelmente a vaidade e a arrogância humanas.

Além da depressão, um outro problema “psiquiátrico” vem chamando a atenção de médicos e pesquisadores em todo o mundo: a síndrome do pânico.

Alguns médicos atribuem o chamado “ataque de pânico” que acomete os portadores dessa síndrome como sendo mais um sintoma físico da depressão. Vários especialistas afirmam que os sintomas que caracterizam a doença já eram conhecidos desde o século passado, apenas com outros nomes. Citam relatos de supostas crises de pânico registradas durante a guerra civil americana de 1860 e um artigo de Freud de 1865, intitulado Obsessão e Fobias, onde aparece o temo “ataque de ansiedade”.

Todavia, essas tentativas inconscientes de reduzir a importância do problema, ou de querer apresentá-lo como algo já sobejamente conhecido e portanto sob controle da medicina psiquiátrica, esbarra no contínuo aumento do número de casos em todo o mundo.

É possível ter havido no século passado algumas pessoas com esse distúrbio, mas eram certamente muito poucas, a ponto de não merecerem maior destaque ou preocupação da comunidade médica. Também não se sustenta a alegação de que se trata de um mal das grandes cidades, pois a síndrome já foi verificada na mesma proporção em cidades pequenas e mesmo na zona rural, havendo relatos de casos até entre os esquimós.

A síndrome do pânico foi primeiramente reconhecida como doença em 1980, com a publicação da 3ª edição do Manual de Estatística e Diagnóstico de Doenças Mentais, através da Associação Americana de Psiquiatria. Até 1987, ano em que apareceu uma revisão desse Manual, vários estudos feitos na Europa e Estados Unidos indicavam que a síndrome acometia entre 1,5% a 2% da população. O último estudo nesse sentido, utilizando os critérios previstos na edição revisada do Manual, aponta para uma incidência da síndrome de 3,5%. A edição do Manual de 1994 incorpora um outro critério para o diagnóstico da síndrome do pânico: com ou sem agorafobia. (2) Aguarda-se com expectativa a publicação de estudos estatísticos com base nessa última edição, que indiquem o avanço deste novo mal no mundo. Em 1995, uma matéria jornalística informava que o problema já atingia 5% da população mundial.

Vê-se, pelos números acima, que a síndrome do pânico é indiscutivelmente uma doença moderna, e não um mal antigo que por acaso se tornou mais conhecido agora. A própria Organização Mundial da Saúde reconhece isso na pessoa do seu diretor da Divisão Geral de Saúde Mental, Dr. Jorge Alberto: “Não há dúvida de que algumas doenças mentais são bem modernas, como a síndrome do pânico e alguns distúrbios do sono.” Aliás, é interessante constatar que a primeira edição do Manual de Estatística e Diagnóstico de Doenças Mentais, de 1952, enumerava 60 distúrbios psiquiátricos, enquanto que a segunda edição, em 1968, já listava 145, e a última, publicada em 1994, discorria sobre 410…

Os portadores da síndrome têm, de tempos em tempos, os já mencionados ataques de pânico, que podem ocorrer em intervalos de anos, meses, semanas ou mesmo serem diários, e até chegar a 3 ou 4 ataques por dia. Em todos os casos a frequência dos ataques vai aumentando com o tempo. Os ataques ocorrem inesperadamente, durante afazeres corriqueiros do dia-a-dia, como ver televisão, fazer compras no supermercado, ouvir música, etc.

A principal característica do ataque de pânico é o medo. Um medo absurdo, um pavor absoluto de algo que não se pode definir… Além desse sentimento atroz de medo, o ataque, que geralmente dura de 5 a 10 minutos, é acompanhado de alguns dos seguintes sintomas: sensação de morte iminente, sensação de que se vai enlouquecer ou perder os sentidos (o que não ocorre), desconforto ou dor no peito, taquicardia, falta de ar, sensação de afogamento ou sufocação, tonturas ou impressão de que se vai perder o equilíbrio, ondas de calor e/ou frio, transpiração nas mãos e/ou em outras partes do corpo, tremores, formigamento, boca seca, frio no estômago ou abdome, náuseas, vômitos, palidez ou vermelhidão no pescoço ou na face, sensação de vazio, fraqueza geral, moleza nas pernas, sensação de que o ambiente ou a própria pessoa está diferente, distante, ou não parece familiar.

Esse conjunto de sintomas já por si impressiona, mas não consegue traduzir o que sente uma pessoa durante um ataque de pânico. Os próprios pacientes têm dificuldade em expressar o que experimentam durante os ataques. São comuns depoimentos dos tipos reproduzidos abaixo:

A seguir, os principais pontos de um relato do primeiro ataque de pânico sentido por um paciente:

“Estava sentindo um certo desconforto gástrico. (…) Sem saber por quê sentia-me meio aflito. Parecia uma sensação de vazio, uma insegurança em relação a algo que eu próprio não sabia o que era. (…) Havia algo diferente naquele enjôo. (…) Experimentava uma opressão na boca do estômago que subia até a garganta. (…)

Em um segundo todos os sintomas se multiplicaram e se intensificaram. Entrei num estado de terror absoluto. Comecei a tremer freneticamente, dos pés aos dentes. (…) Jamais sentira nada semelhante, nunca imaginei que tal terror fosse possível. Eu só queria fugir. Não sei dizer do quê, mas eu só queria fugir. (…) O terror que me obrigava a fugir não me permitia ser racional. (…) Os pensamentos negativos persistiam. (…) Por que tanto medo? Do que eu estava fugindo?”

Invariavelmente após o primeiro ataque a vítima procura vários médicos especialistas e faz diversos exames clínicos. Quando os resultados mostram que não há nada de errado, a pessoa fica atônita. Ela sabe, pois, que alguma coisa está muito, muitíssimo errada, e não pode crer nos resultados dos exames. Repete os exames e os resultados são os mesmos. Os médicos lhe dizem que não tem nada…

Se a respectiva pessoa for materialista convicta ela se encontra frente ao maior enigma da sua vida. Um enigma sem solução. Se, ao contrário, for espiritualista, tem muito mais possibilidades de descobrir a verdadeira causa daquilo que a acometeu e procurar o caminho certo para a cura.

Assim como a depressão e outros distúrbios psiquiátricos, a síndrome do pânico é uma doença anímica. Pode-se dizer que é uma exacerbação do estado de medo que paira sobre a quase totalidade da humanidade.

O medo inconcebível que acomete os portadores da síndrome do pânico é muito bem fundado. Ele provém da alma, que percebe a possibilidade de um fim próximo. Não o fim do corpo, com a morte terrena, mas o fim da própria existência do respectivo ser humano, a morte espiritual.

Uma cura para a síndrome do pânico, para a depressão e outros males característicos dessa nossa época, não pode ser obtida por meios externos, através de terapia ou medicamentos. Quando muito, se obtém com isso um alívio passageiro.

A cura propriamente dita tem de ser conseguida de dentro para fora, pelo próprio espírito humano. Foi ele quem se permitiu chegar a essa situação, só a ele cabe sair dela. Auxílios verdadeiros o aguardam, mas ele, somente ele, tem de se movimentar para alcançá-los! Para se deixar afundar no abismo de trevas ele também teve que fazer um grande esforço, ao rejeitar seguidamente, obstinadamente, todas as advertências e exortações que lhe foram dirigidas durante milênios. Foi preciso realmente um empenho descomunal para se desviar resolutamente da maneira correta de viver, tão claramente expressa nas Leis entretecidas nesta Criação e pacientemente explicada por todos os profetas e Preparadores do caminho de épocas passadas. Agora, ele tem de desenvolver esforço igual para escalar de volta o abismo, mostrando-se assim novamente digno de receber os auxílios que o aguardam na beira do precipício. É um trabalho difícil e árduo, mas o resultado da perseverança nisso é a salvação espiritual, algo tão valioso que perto disso todos os tesouros da Terra são um nada.

Os compêndios médicos atribuem à depressão e à síndrome do pânico uma causa física: falha na transmissão dos impulsos elétricos entre os neurônios.

Os neurônios são células nervosas, cujas extremidades ficam separadas entre si por um espaço mínimo, chamado sinapse. Para que uma célula consiga transmitir um simples impulso elétrico para outra através da sinapse, ela emite substâncias químicas chamadas neurotransmissores, que permitem a passagem do impulso elétrico, semelhante à ação do eletrólito numa bateria. (3) Por algum motivo, que a ciência ainda não conseguiu descobrir, nas pessoas com depressão ou síndrome do pânico, as células nervosas apresentam um comportamento estranho. Logo após liberar os neurotransmissores a célula os reabsorve rapidamente, antes que eles possam ativar a outra célula. Esta segunda célula, por sua vez, pode também apresentar alterações em sua superfície, tornando-se muito mais insensível aos impulsos elétricos.

Essa causa biológica da depressão e da síndrome do pânico não é realmente nenhuma causa, mas sim também um efeito físico de um problema que tem sua origem na alma.

Todos os problemas anímicos acabam, de uma forma ou de outra, afetando também o corpo terreno. A própria OMS reconhece isso, quando afirma “já estar provado que a depressão abala fortemente o sistema imunológico.”

As irradiações do Juízo Final, porém, como já foi dito, atingem o ser humano por completo, espiritual, anímica e terrenamente. Onde houver um ponto fraco, algo que não esteja se movimentando conforme deveria, ali se estabelece uma alteração. No corpo do ser humano terreno, a parte mais doentia é o cérebro, forçado a um trabalho intelectual insano e unilateral durante milênios. Por isso, no invólucro material do espírito humano, o corpo terreno, as células cerebrais são as primeiras a serem atingidas pelos efeitos do Juízo. Perturbações exclusivamente mentais devem também ser atribuídas a isso. Um recente estudo realizado pelo Departamento de Virologia do Instituto Robert Koch, na Alemanha, mostrou a existência de um vírus que se aloja nos neurônios humanos, agravando os quadros depressivos…

No fundo, aliás, todos os males que acometem os seres humanos têm sua origem no espiritual. Pois foi pela vontade errada dele, o espírito, o “eu” propriamente dito no ser humano, que o seu invólucro de matéria fina (alma) pôde ser deformado e conspurcado ao longo do tempo, enquanto que o invólucro de matéria mais grosseira (corpo terreno) também não se tornou aquilo que deveria ser, apresentando em primeiro lugar um cérebro deformado pelo cultivo excessivo do intelecto. Tudo, em última instância, é decorrência da vontade errada do espírito, melhor dizendo da vontade fraca do espírito, que não foi páreo para as investidas do raciocínio preso à Terra. (4)

A ciência, naturalmente, só está capacitada a perceber os efeitos mais exteriores deste processo e, por isso, julga ter encontrado a causa de problemas anímicos nas alterações biológicas do corpo terreno. Mesmo não constituindo a causa verdadeira do problema, essas modificações biológicas existem efetivamente, e é esta a razão de se poder obter um alívio dos sintomas físicos da depressão com o uso de medicamentos.

A indústria farmacêutica, com seus remédios, simplesmente procurou responder ao surgimento de novos males, ditos mentais, da era moderna. Quando o primeiro antidepressivo foi descoberto, em 1958, quase ninguém falava de depressão. De lá para cá os laboratórios vêm fabricando um novo antidepressivo a cada três ou quatro anos, em média. Atualmente entre 10 e 15 possíveis antidepressivos encontram-se em vários estágios de desenvolvimento no mundo inteiro, e estima-se que mais de 15 milhões de indivíduos tomem regularmente esse tipo de medicamento. No Brasil, nos últimos dez anos, o número de consumidores de antidepressivos dobrou, enquanto que o faturamento dos laboratórios cresceu 1.087%. Nenhum outro ramo da economia teve um crescimento tão significativo.

Os mais modernos desses fármacos são os chamados “antidepressivos tricíclicos”, que atuam inibindo a recaptação pelas células nervosas de alguns dos neurotransmissores expelidos por elas. Eles forçam dessa forma uma maior concentração dessas substâncias na sinapse, o espaço existente entre os neurônios. Alguns desses antidepressivos atuam de forma seletiva na inibição da reabsorção dessas substâncias químicas. Eles têm, por exemplo, maior capacidade de inibir a reabsorção da “serotonina” que da “noradrenalina”. (5)

A serotonina chegou a ser chamada de “molécula da felicidade”, e estima-se que os remédios que agem aumentando sua concentração no cérebro movimentarão um mercado de 10 bilhões de dólares nos próximos anos (sim, “bilhões” mesmo). Já existem oito remédios com esse componente no mercado.

O aparecimento dos antidepressivos tricíclicos teve repercussão mundial. Livros foram escritos sobre o assunto, e um desses remédios em particular foi chamado de “pílula da felicidade”, chegando a ser matéria de capa da revista norte-americana Newsweek. Quando se descobriu que além de melhorar o humor das pessoas o medicamento ainda ajudava a perder peso, houve uma verdadeira compulsão de consumo…

De 1987, ano do lançamento desse antidepressivo nos Estados Unidos, até 1994, cerca de onze milhões de pessoas tomaram o medicamento, seis milhões apenas nos Estados Unidos. Em 1988 a receita com a venda do medicamento foi de US$ 125 milhões, em 1989 de US$ 350 milhões e 1990 chegou a US$ 1 bilhão. No ano de 1997, o número de receitas do medicamento para jovens até 18 anos cresceu 47% no país; no final do ano 600 mil crianças e adolescentes consumiam regularmente o fármaco. No Brasil, entre 1994 e 1996, o consumo deste antidepressivo e outros análogos cresceu 43%.

As perspectivas sobre o medicamento pareciam milagrosas. Um dos livros dedicados a ele diz textualmente: “Muitos se tornaram mais confiantes, populares, mentalmente ágeis e emocionalmente equilibrados.” Um outro livro afirma: “Cite qualquer grupo de pessoas bem sucedidas escolhidas aleatoriamente na sociedade, nos negócios, na política, nas artes, e é provável que de 20% a 30% delas estejam tomando ou já tenham tomado [o medicamento] em algum momento nos sete últimos anos.”

Muitos tomavam a droga para emagrecer ou para participar de comilanças, para tensão pré-menstrual e para depressão pós-parto. Em sua habitual indolência, as pessoas imaginavam que poderiam sair comodamente do abismo anímico em que mergulharam através de um elevador químico, sem nenhum esforço próprio de melhoria interior.

Apesar de realmente proporcionar um alívio dos sintomas físicos da depressão e da síndrome do pânico, o remédio não traz a cura do problema, conforme a propaganda tenta vender. Uma leitura mais detalhada das publicações sobre a droga é suficiente para se ter uma visão mais realista de suas propriedades. O próprio laboratório fabricante lista 258 efeitos colaterais, que podem atingir praticamente todo o organismo. A dose inicial recomendada é de 20 mg por dia, no entanto muitos pacientes com síndrome do pânico necessitam doses dez vezes maiores para bloquear os ataques. Ninguém fala também que a pessoa nessas condições fica de fato sedada, mas “adequadamente medicada”. Um dos livros específicos sobre o medicamento deixa transparecer meio escondido no texto o seguinte esclarecimento: “É semelhante a todas as outras drogas psicotrópicas que proporcionam o alívio da doença, mas não a curam; 75% a 80% dos pacientes deprimidos apresentam depressão que tende a recorrer. A droga não consegue eliminar os sintomas da depressão de cerca de um terço das pessoas que a tomam.”

Outros antidepressivos advertem, nas bulas, que o medicamento pode intensificar os sintomas de ansiedade, fazer oscilar o estado geral de depressão para mania, (6) provocar alucinações e ativar sintomas psicóticos.

Um livro sobre depressão explica que dos efeitos colaterais desses antidepressivos, existe um, chamado “pensamento confuso”, que é parte da atuação do medicamento para amenizar a dor, fazendo com que os pensamentos dolorosos não cheguem tão claramente à consciência. Outro livro sobre o assunto reconhece: “Embora os antidepressivos possam restaurar a capacidade de experimentar prazer, eles absolutamente não produzem sentimentos de felicidade”.

Em suma, tanto para a depressão como para a síndrome do pânico as drogas antidepressivas são úteis se vistas como auxiliares, que podem aliviar os sintomas físicos desses abalos anímicos, permitindo às pessoas atingidas tomarem um alento, a fim de que possam mudar a sua sintonização interior. Contudo, elas não trazem a cura de males anímicos.

Numa entrevista concedida à revista Veja em maio de 1997, o médico e escritor Moacyr Scliar forneceu diagnósticos muito apropriados sobre a febre de consumo de antidepressivos. Perguntado por que a idéia da pílula mágica fazia tanto sucesso ele respondeu: “Porque parece ser o caminho mais fácil para preencher esse vazio interior que tomou conta das pessoas neste final de século – vazio este que causa uma ansiedade exasperante.”

E mais adiante na entrevista:

“O bem de consumo prometido por muitos psiquiatras é um comportamento standard, de uma alegria platificada que não dá margem a alterações de humor. Acho interessante que a substância mágica deste final de século sejam os antidepressivos. Podia ser um analgésico poderoso, um tranquilizante muito forte, mas não. Isso mostra como a depressão é o espectro da modernidade. (…)

Evidentemente, quem busca em remédios e drogas uma máscara para a alma precisa lembrar que são paraísos artificiais, para usar uma expressão do poeta francês Baudelaire. Essas substâncias podem fazer com que o sujeito afunde de vez e, o que é pior, com prescrição médica.”

Na síndrome do pânico são utilizados ainda outros tipos de medicamentos, como os beta-bloqueadores, que também atuam sobre sintomas físicos, e os tranquilizantes, que aliviam ansiedade. Os tranquilizantes, porém, mostraram-se inócuos para impedir as crises de pânico, mesmo quando administrados em doses elevadas. O Dr. Luís Araújo, do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, informa que o índice de recaída é de 80% quando o medicamento principal é retirado.

Transcrevo abaixo algumas constatações de um estudo científico sobre a síndrome do pânico e teço também alguns comentários a respeito:

A mulher possui uma intuição mais fina que a do homem. Por isso, animicamente, a mulher é mais forte que o homem, tendo de precedê-lo na ascensão espiritual. Apesar de estar assim melhor aparelhada que o homem para reconhecer os engodos das trevas, ela foi a primeira a cair neles, arrastando consigo para baixo o homem. Esse acontecimento espiritual é simbolicamente retratado na Bíblia com a história da falha de Eva frente à tentação, e depois com a sua intenção de fazer pecar também o homem. As irradiações do Juízo atingem agora duramente a mulher, para que faça o caminho inverso, reconhecendo o lugar indigno que ocupa na Criação e retomando a indispensável escalada espiritual, auxiliando, assim, também o homem. O fato de mulheres sofrerem mais abalos anímicos que homens é um sinal terrenamente visível desse processo. Quanto aos fatores sócio-econômicos ou étnicos, é evidente que não poderia mesmo ser encontrada relação alguma, já que o pânico é um problema de alma e não das condições exteriores do ser humano terreno.

Os livros sobre depressão e síndrome do pânico também falam da “indiscutível componente genética” dessas doenças. O que acontece, na realidade, é que muitas almas que já são propensas a apresentar esse tipo de problema são atraídas, na encarnação, para famílias onde esses problemas já existem. Essa força de atração que atua sobre a alma pode se dar pelas condições anímicas dos futuros pais ou outras pessoas próximas, através da efetivação de uma outra lei da natureza chamada Lei de Atração da Igual Espécie, ou também em razão de ligações cármicas previamente existentes. Há estudos que mostram que 60% a 80% dos pacientes com o diagnóstico de desordem do pânico têm pelo menos um parente (em qualquer grau) com a mesma doença.

O texto destacado acima demonstra que não foi encontrado nenhum componente genético que pudesse explicar o aparecimento desses distúrbios através de hereditariedade, o que é natural, já que não existe hereditariedade espiritual. É a própria espécie das almas dos pais, ou de alguém que permaneça muito próximo da mãe, que atrai almas de características semelhantes, parecendo, exteriormente, que o filho(a) “puxou” ao pai ou à mãe” em determinadas características de comportamento ou de índole interior. Na verdade, os pais ou as pessoas próximas a eles é que “puxaram” aquela espécie de alma para junto de si.

Um outro estudo científico que involuntariamente demonstra a participação dos pais na encarnação das almas dos filhos, foi o realizado pela Universidade de Minnesota em novembro de 1996. Os pesquisadores estudaram gêmeos criados juntos e concluíram que a probabilidade de “herdar geneticamente o sentimento de bem-estar era de 40% a 50%.” Acontece que a felicidade não tem um componente genético, conforme dava a entender o estudo. O que se passa é que, como no caso de doenças, almas com características semelhantes às dos pais – nesse caso a alegria de viver e o sentimento de felicidade – têm maiores possibilidades de serem atraídas para a encarnação naquela respectiva família, pelas razões expostas, do que almas com características distintas dessas.

O período do sono REM é aquele onde ocorrem os sonhos. Os sonhos são recordações daquilo que a pessoa vivencia fora da matéria terrenamente visível, enquanto o corpo terreno dorme. A pessoa flutua em seu corpo de matéria fina (chamado também de corpo astral) para regiões de sua igual espécie. Melhor dizendo, a pessoa é atraída para determinadas regiões, de acordo com aquela mesma Lei de Atração da Igual Espécie. Uma alma pura é atraída para regiões belas, uma alma impura afunda correspondentemente para regiões impuras e baixas. É compreensível que o que aí vivencia pode facilmente desencadear um ataque de pânico…

Esta é uma prova de que a síndrome do pânico não é uma complicação de uma desordem estritamente mental, mas sim algo independente, um abalo anímico.

Idéias suicidas entre portadores de depressão e síndrome do pânico são comuns. Uma vã esperança de resolver os males anímicos com a destruição do corpo terreno. A alma não morre junto com o corpo, mas continua a viver e, no caso de um suicida, muito mais sobrecarregada ainda de culpa.

Terapia farmacológica é útil para aliviar os sintomas físicos da síndrome do pânico. Terapia psicológica só traz proveito caso se considere o distúrbio como tendo causa anímica e não mental.

Nada mais insensato e prejudicial pode ser dito a um portador da síndrome do pânico. O que ele sente não é falso nem inócuo, mas sim muito real e grave, pois diz respeito não ao seu corpo terreno, mas à sua própria existência como espírito humano na Criação. Querer por “panos quentes” numa situação dessas não só não traz nenhuma ajuda de valor, como é até um crime, por fazer o portador da síndrome perder um tempo precioso, procurando se convencer de que as terríveis sensações que experimenta, que são advertências muito claras, não passam de “delírios da mente”.

A angústia e o pavor experimentados por quem sofre de depressão e síndrome do pânico são graves sinais de alarme, porém úteis e até bem-vindos, indispensáveis mesmo, por forçarem a pessoa a se movimentar interiormente para se ver livre deles. É o mesmo processo quando a dor num determinado órgão do corpo obriga a que se procure um médico. O único erro aí, aliás imperdoável, é imaginar que o mesmo médico que cuida com eficiência dos males do corpo também esteja capacitado para cuidar dos males da alma.

A cura de uma doença de alma só pode ser obtida pela própria pessoa atingida. Antes de mais nada tem de reconhecer que foi ela mesma quem causou, para si própria, esse sofrimento, através de uma maneira de viver contrária às Leis da natureza. Esse reconhecimento é quase sempre dificultado por parentes, amigos e “especialistas”, que acham que ser atingido por um problema desses é mera obra do acaso, e que a ciência médica pode trazer a cura com os seus medicamentos quimioterápicos e suas terapias de grupo.

O reconhecimento é difícil, mas não impossível. Basta que a respectiva pessoa deixe falar a sua intuição, em lugar de seguir as ponderações do intelecto. A intuição é a voz do espírito e pode, por isso, indicar o verdadeiro caminho. A seguir dois exemplos disso, de um direcionamento correto do pensar. O primeiro exemplo é o de uma pessoa atingida pela depressão:

A morte e a ressurreição mencionadas por essa pessoa significam precisamente isso: morte do velho, do falso, da maneira errada de viver e ressurreição para uma vida nova, incondicionalmente integrada nas Leis inflexíveis que regem a Criação, testemunhada pela nova maneira de agir, falar e pensar.

O segundo exemplo é o de uma mãe de um portador da síndrome do pânico, que vivenciou com o filho os mais abaladores momentos das vidas de ambos:

O medo está efetivamente dentro do ser humano, pois provém da sua alma. Deve ser mencionado apenas que não se trata de nenhuma provação. Ninguém pode ser atingido arbitrariamente por algo ruim. Tudo, mas tudo quanto nos atinge, seja de bom ou de ruim, teve sua origem em nós mesmos, através de alguma ação passada, nesta vida terrena ou em outras anteriores.

E como então deve proceder a pessoa para se integrar nas Leis da Criação?

Em primeiro lugar é preciso conhecer essas Leis. Deve-se buscar com todo o afinco o saber sobre elas. Esse saber se perdeu ao longo do tempo, quando a humanidade decidiu seguir seus próprio caminhos, desdenhando aqueles indicados por Deus. Para encontrar novamente este saber é preciso procurar, ou seja, é preciso movimentar-se espiritualmente. A Verdade será alcançada e reconhecida por aquele que se esforçar por ela de todo o coração, com seriedade e humildade.

  1. Ver detalhes a respeito dessa doutrina em O Livro do Juízo Final, de Roselis von Sass. Voltar
  2. Agorafobia: medo mórbido de locais abertos, o oposto de claustrofobia; é um dos principais problemas associados à síndrome do pânico. Voltar
  3. Já foram descritos mais de cem desses neurotransmissores. Voltar
  4. A respeito do enfrentamento entre espírito e raciocínio, ver os esclarecimentos referentes à história bíblica de Caim e Abel na obra O Livro do Juízo Final, de Roselis von Sass. Voltar
  5. Serotonina e noradrenalina são dois tipos de neurotransmissores. Voltar
  6. Mania: termo médico para designar uma euforia anormal e persistente, caracterizada por fala em excesso, perturbação, agitação e hiperatividade. Se não for tratada, existe risco de psicose total e colapso, provocados por exaustão física e mental. Voltar