11. Buddha, Lao-Tse, Zoroaster

A roda do tempo avançava celeremente, mas na Terra os seres humanos se desenvolviam na direção errada, afastando-se da vida espiritual, acorrentando-se à matéria, sufocando a intuição que os exortava a reconhecer as Leis da Criação que representam a Vontade Divina, isto é, o natural curso evolutivo de toda a Criação que impulsiona na direção da evolução e do aprimoramento. Ao invés de reconhecer a Vontade Divina para segundo elas edificar a sua vida terrena, desenvolveram a vontade própria, carregada de egoísmo e arrogância, provocando decadência em todas as direções.

Os seres humanos afastavam-se cada vez mais do real significado da vida, colocando a sua pequena vontade acima de tudo, sempre na busca dos prazeres terrenos e do poder terreno, sem levantar o olhar para a maravilhosa Criação, indagando-se: qual o sentido da vida? De onde viemos? Para onde vamos?

Os ensinamentos desses seres humanos especiais, tinham em sua essência muita semelhança, posto que todos apontavam para o monoteísmo, para o conhecimento da existência do Deus Único, o Altíssimo, o Criador de Todos os Mundos. As criaturas humanas deveriam praticar o bem e estarem cientes de suas responsabilidade para arcar com as consequências de seus atos.

A reconstituição de suas vidas apresenta muitas dificuldades pela falta de dados, e mesmo os existentes ensejam contradições, apresentando fatos isolados desconexos, legendários e místicos, sem continuidade cronológica. Existem poucas informações disponíveis. No caso de Buddha, a maioria dos livros não mencionam a existência de três personagens distintos que alcançaram o estagio de Buddha, o desperto em espírito, o iluminado. Aquele que alcança o conhecimento perfeito ou iluminação.

De todos os Buddhas que existiram, ou seja, Siddarta, Rahula e Gautama, um destaca-se de maneira especial: Gautama Buddha, cujo saber elevou seu povo a uma alta esfera de realizações, conduzindo-o, sabiamente, ao conhecimento e consequentemente ao louvor do Senhor de Todos os Mundos na vida, nos atos.

Quanto a Lao-Tse, a sua vida é praticamente desconhecida. Lao significa criança, jovem, e Tse, maduro, sabio. Assim, o nome estaria significando “jovem sábio”, espiritualmente adulto. Tse somente era agregado ao nome daqueles que alcançavam a categoria de lama superior.

Lao-Tse, viveu e atuou no Tibete e na China, aproximadamente 600 anos a a. C., movido por profundo amor ao povo, desejando levar as pessoas ao conhecimento da condução Divina. Os homens deixavam-se levar geralmente por demasiada atividade. Impacientes criavam ao redor de si inquietação e com isso desventuras. Deviam fazer pausa, pausa para meditar, desabrochando intimamente, dando ouvidos a sua voz interior. Só assim eles conseguiriam tornar-se felizes e satisfeitos, reencontrando o caminho para aquelas Alturas, donde se originaram.

Quase não existem registros sobre a vida de Zoroaster. Até mesmo com relação a data em que viveu existem dúvidas, e na doutrina a ele atribuída existem muitas distorções. É provável que a sua época tenha sido por volta do ano 600 a. C., tendo vivido e atuado na região da Pérsia, atual Irã. Zoroaster foi para o seu povo, o preparador do caminho daquele que viria, e posteriormente Zorotushtra, o conservador do caminho, cuja atuação se destina a tornar acessível o saber verdadeiro. Com seus ensinamentos o povo elevou-se espiritualmente e progrediu, o que fez com que sua doutrina fosse também adotada por outros povos da região. Pouco restou do acervo destruído que foi pelos conquistadores. Os seus sábios ensinamentos não permaneceram em sua forma original, sendo aos poucos deturpados por superstições primitivas, pela magia e pela ambição dos sacerdotes da época.

Para preparar o solo adequadamente para o abençoado acolhimento das Leis de Deus na Criação, especiais enviados da Luz: Buddha, Lao-Tse, Zoroaster, trouxeram cada um para o seu povo, em linguagem apropriada para aquela época, o saber espiritual básico preparatório para a recepção do saber completo da obra da Criação. Veja a história simples e real nas obras editadas pela Ordem do Graal na Terra.

As trevas perseguem a Luz, promovendo a sua ação destrutiva sempre que encontrar oportunidades e seres humanos dispostos a colaborar em sua luta repugnante para anular os auxílios à humanidade.

Em todos os ensinamentos de Profetas e Enviados, pode ser observado com nitidez a grande e uniforme condução proveniente da Luz.

E tudo teria conduzido para uma única e verdadeira doutrina se os seres humanos não tivessem sempre torcido o real sentido das mensagens, adaptando-as segundo suas cobiças e conveniências.

Assim, os seres humanos facilmente abandonavam os inúmeros auxílios provenientes da Luz, para acatar mentiras e falsidades mais condizentes com a sua vaidade e comodismo.

Os desvirtuamentos tinham de acarretar confusão e antagonismos, fragmentando ao invés de unificar o saber, gerando intolerância, inimizades e perseguições. Tais ensinamentos restaram dispersos e confusos e, hoje pouco podem auxiliar aos seres humanos que buscam, pois faltam lógica e coerência que se ligam a intuição. Se mantivessem a pureza original, não haveria conflitos e contendas. Também a introdução arbitrária de misticismo trouxe muita confusão afastando os que buscam. Contudo, aqueles que acolheram um grãozinho da verdade e anseiam pelo saber serão conduzidos à oportunidade de encontrar a Luz da Verdade e sair das sombras da ignorância.